segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Rock In Rio 2011

Após 160 atrações musicais e 700 mil pessoas em 7 dias da quarta edição do Rock in Rio no Brasil, chegou a hora de lembrar o que marcou este festival. Houve de apresentações memoráveis a exageros performáticos, de personagens inesperados a imagens de encher os olhos. Mas as coisas não acabam por aqui. Afinal, todo dia é dia de rock, bebê.

Melhor show:

Os sucessos de Stevie Wonder já seriam o bastante para fechar bem o dia 29, mas o cantor foi além de “You are the sunshine of my life”, "Higher ground", "I just called to say I love you", “My cherie amour” e “Isn't she lovely”. A apresentação teve ainda a presença da cantora Janelle Monáe. Na noite do soul, Stevie cativou famílias e casais com covers de “The girl from Ipanema” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), e “Você abusou”, de Antonio Carlos e Jocafi, conhecida na interpretação de Toquinho. Salve simpatia.

Pior show:

Ela bem que se esforçou. A apresentação que durou uma hora foi suficiente para Ke$ha quebrar uma guitarra ("Fuck him"), "beber" sangue falso ("Cannibal") e estrelar coreografias desconjuntadas que não foram exatamente bem recebidas pela plateia. O dance pop festivo e desbocado da cantora americana ficou totalmente descontextualizado na noite dos sons com pegada soul de Janelle Monáe, Stevie Wonder e Jamiroquai.

A mais pedida:

Nenhuma apresentação foi tão marcada por um hit como a do Coldplay, que fechou o penúltimo dia de Rock in Rio. Durante grande parte do espetáculo, os fãs do grupo britânico entoaram o coro de "Viva la vida" como se fossem uma torcida de futebol, antes, durante e depois de Chris Martin cantar o hit do disco de mesmo nome lançado em 2008. A música foi a mais celebrada do set de uma hora e 25 minutos de bom show, concorrendo com hits como "In my place", "Fix you" e "Clocks".

O bordão:

Uma entrevista ao vivo da atriz Christiane Torloni no primeiro dia do festival deu o tom das brincadeiras tanto na internet quanto nos quatro cantos da Cidade do Rock - ao longo de todos os sete dias de festival. Em um papo para lá de 'alegre' em frente às câmeras, Christiane Torloni soltou a frase que seria transformada em marca da atual edição do festival: 'Hoje é dia de rock, bebê!'. O bordão foi parar na boca de famosos e anônimos que circularam pelos gramados do festival e brilhou até nas estampas das camisetas.

Galã:

O vocalista Adam Levine arrancou suspiros do público feminino, notadamente em maioria durante o show da banda californiana Maroon 5 no sábado (1º). Com uma camisa justa, uma performance cheia de rebolados e saltos no encerramento de quase todas as canções, o cantor comandou os coros das mulheres na plateia e conseguiu total domínio da multidão. Cada sucesso do Maroon 5, como “Sunday morning” e “This love”, tinha os gritinhos das garotas como complemento obrigatório.

Musa:

Deu um justo empate no quesito beleza. Afinal, foram dois estilos de visual completamente diferentes, mas que encheram de graça os palcos do Rock in Rio. De um lado, a inglesa Joss Stone, brejeira e descompromissada,  encantadora por sua doçura no olhar e por sua simpatia. Do outro, a sensualidade latina de Shakira, que entortou os pescoços dos marmanjos com rebolados diferentes para cada música. As duas fizeram bem não só para os ouvidos da plateia.

O figura:

Na performance com toque sexy e provocante de Katy Perry no primeiro dia de festival, um anônimo da plateia conseguiu seus 15 minutos de fama. O rapaz que ficou conhecido como "Julio de Sorocaba" subiu ao palco e virou parte da apresentação. Beijou Katy Perry, foi beijado pela cantora e acabou como viral na internet. Conseguiu até um contrato para tuitar durante o Rock in Rio, mas o prêmio maior foi a 'chegada' em Katy. Ele definiu o momento mágico em uma frase: "ela tem um gosto muito macio".

A performance:

Se música barulhenta, roupas de presidiário e máscaras não fossem suficientes para fazer do show do Slipknot, no domingo (25), a performance mais marcante do Rock in Rio, um dos integrantes teve a interação mais forte com o público do festival. Quando começou a apresentação de "Duality", o DJ Starscream subiu em lugar reservado para a equipe técnica do evento e pulou em cima do público, em uma das cenas mais marcantes dos sete dias de Rock in Rio.

Funcionou:

Diferentemente de edições passadas do Rock in Rio, não houve chuva de latas e nem mesmo vaias em profusão - pelo menos algo que ficasse para a história. A programação no Palco Mundo foi razoavelmente coesa e dias como o de inspiração black, com Janelle Monáe e do metal, tiveram boa resposta do público. Mesmo as exceções Ke$ha e Gloria acabaram saindo ilesos de constrangimentos mesmo estando algo deslocados no line-up. É verdade que Gloria, sofreu um pouco mais com algumas vaias dos metaleiros enquanto arriscava covers do Pantera.

Não funcionou:

A ideia para o Palco Sunset, local onde aconteceriam os shows menores, era a de promover encontros. A escalação previa que duas bandas se juntassem no palco para gerar, por meio de uma parceria, shows exclusivos e inovadores. Mas faltou acertar os detalhes da propostas com os próprios músicos que aceitaram o desafio da organização. Ao longo do festival, o que mais aconteceu foi o revezamanto entre as bandas "parceiras", que faziam shows separadamente. O caso mais extremo foi o de Tom Zé e Mutantes.

Pegou bem:

A tirolesa foi um dos brinquedos que mais teve procura na Cidade do Rock nos sete dias de Rock in Rio. A brincadeira partia da altura de 24 metros e o trajeto de 200 metros de extensão, diante do Palco Mundo, era feito em brevíssimos 35 segundos. O equipamento funcionou a partir da abertura dos portões até a madrugada seguinte. Os fãs de música ficaram até sete horas na fila da brincadeira radical. Até a cantora americana Janelle Monáe fez questão de experimentar. Já a nossa Ivete chegou a tuitar que gostaria de usar o brinquedo durante um dos shows.

Pegou mal:

Artimanha manjada, enfiar sucessos de outros no repertório foi prática recorrente. O Detonautas fez citações a Queen, Nirvana e Raul Seixas em troca de aplausos. O Gloria enfrentou as vaias no dia do metal com covers de peso do Pantera.  A campeã, no entanto, foi Claudia Leitte, com covers de Rolling Stones, Led Zeppelin, Zeca Baleiro, Tim Maia, Frenéticas, Chico Science, Jorge Ben Jor e Sergio Mendes. Emmerson Nogueira se orgulharia.

Amanhã: Fotos do Rock In Rio

2 comentários:

Lilly disse...

Amei a matéria. *-*

Oh Capitão! Meu Capitão! disse...

Obrigada, a cada dia teremos mais postagens para vocês.