segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

House Of Lies - 1x01: Pilot

Como controlar pelas bolas as pessoas que controlam o mundo pelas bolas?


Spoilers Abaixo:

Desde os primeiros materiais promocionais de House of Lies, eu já me interessei muito pela série. O motivo principal, obviamente, é o elenco. Don Cheadle está ótimo como esperado, Kristen Bell me fez lembrar porque eu me apaixonei por ela na primeira cena de Veronica Mars, Ben Schwartz teve pouco destaque, mas quem assiste Parks and Rec sabe como ele é engraçado e Josh Lawson… Bom, Josh Lawson estava lá.
House of Lies é sobre uma equipe de consultoria liderada por Marty Kaan (Cheadle), que trabalha para a parcela financeiramente privilegiada da população, as grandes corporações e empresas, os podres de rico, o 1% do mundo. É interessante como o texto da série não tem medo de explorar personagens com valores deturpados e cheios de falhas. Diria que Kaan está mais para um anti-herói do que aquele típico protagonista infalível e incorruptível.
O “problema” do piloto de House of Lies é justamente um fator que normalmente seria ponto positivo: tudo é absurdamente ágil. Os diálogos são rápidos e a trama evolui sem medo se o telespectador está acompanhado o desenvolvimento mostrado. Existe um recurso narrativo que serve como uma espécie de pausa, para tomarmos folego e isso é feito pela interação do personagem de Cheadle com a audiência. Ele para, olha para a câmera, explica algo rapidamente e logo sem seguida tudo continua como se essa interação não passasse de um devaneio do personagem. Pessoalmente, eu prefiro que esse “problema” de ritmo seja mais para lado super ágil do que algo que é entregue totalmente mastigado.
O primeiro caso mostrado é muito bom, pertinente para a nossa atualidade e mostra o time de Kaan prestando serviço para uma poderosa instituição financeira, que quer justificar bônus milionários para seus executivos, frutos de dinheiro vindo de pessoas falidas e lesadas por acordos de financiamento imobiliários ruins. Literalmente o principal pilar da crise financeira americana. Você teria problema de representar executivos gananciosos que não se importam com nada além de dinheiro? É exatamente esse o diferencial de Marty Kaan, ele não apenas cria um plano de empréstimo aparentemente miraculoso, que tira toda a atenção dos executivos e ferra ainda mais os que querem sair das dívidas, mas faz tudo isso com um sorriso no rosto.
Nesse primeiro episódio o personagem de Don Cheadle é o grande destaque. Em pouco tempo ficamos sabendo como o suicídio de sua mãe pode ser o principal motivo da sua personalidade danificada, sem falar na ex-esposa psicopata (que também é a sua principal concorrente), ou no filho sexualmente confuso, ou na tensão sexual com sua colega de trabalho… Existe muito pano na manga para explorar a flexibilidade moral de Marty Kaan.
Resumindo: eu esperava um pouco mais de House of Lies, mas pretendo continuar acompanhando. A trama é boa, o elenco é ótimo e a série tem tudo para ser bem sucedida. Só espero que Kristen Bell tenha mais destaque no futuro.
Enquanto isso vamos acompanhando as histórias de como os ricos ficam mais ricos, afinal, alguém precisa defender o “pobre” 1%.

PS – House of Lies estreiou oficialmente dia 8 de janeiro nos EUA.

Fonte.

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