Como controlar pelas bolas as pessoas que controlam o mundo pelas
bolas?
Spoilers Abaixo:
PS – House of Lies estreiou oficialmente dia 8 de janeiro nos EUA.
Fonte.
Spoilers Abaixo:
Desde os primeiros materiais
promocionais de House of Lies, eu já me interessei muito pela série. O
motivo principal, obviamente, é o elenco. Don Cheadle
está ótimo como esperado, Kristen Bell me fez lembrar
porque eu me apaixonei por ela na primeira cena de Veronica Mars, Ben
Schwartz teve pouco destaque, mas quem assiste Parks and Rec
sabe como ele é engraçado e Josh Lawson… Bom, Josh
Lawson estava lá.
House of Lies é sobre uma equipe de
consultoria liderada por Marty Kaan (Cheadle), que trabalha para a
parcela financeiramente privilegiada da população, as grandes
corporações e empresas, os podres de rico, o 1% do mundo. É interessante
como o texto da série não tem medo de explorar personagens com valores
deturpados e cheios de falhas. Diria que Kaan está mais para um
anti-herói do que aquele típico protagonista infalível e incorruptível.
O “problema” do piloto de House of Lies é
justamente um fator que normalmente seria ponto positivo: tudo é
absurdamente ágil. Os diálogos são rápidos e a trama evolui sem medo se o
telespectador está acompanhado o desenvolvimento mostrado. Existe um
recurso narrativo que serve como uma espécie de pausa, para tomarmos
folego e isso é feito pela interação do personagem de Cheadle com a
audiência. Ele para, olha para a câmera, explica algo rapidamente e logo
sem seguida tudo continua como se essa interação não passasse de um
devaneio do personagem. Pessoalmente, eu prefiro que esse “problema” de
ritmo seja mais para lado super ágil do que algo que é entregue
totalmente mastigado.
O primeiro caso mostrado é muito bom,
pertinente para a nossa atualidade e mostra o time de Kaan prestando
serviço para uma poderosa instituição financeira, que quer justificar
bônus milionários para seus executivos, frutos de dinheiro vindo de
pessoas falidas e lesadas por acordos de financiamento imobiliários
ruins. Literalmente o principal pilar da crise financeira americana.
Você teria problema de representar executivos gananciosos que não se
importam com nada além de dinheiro? É exatamente esse o diferencial de
Marty Kaan, ele não apenas cria um plano de empréstimo aparentemente
miraculoso, que tira toda a atenção dos executivos e ferra ainda mais os
que querem sair das dívidas, mas faz tudo isso com um sorriso no rosto.
Nesse primeiro episódio o personagem de
Don Cheadle é o grande destaque. Em pouco tempo ficamos sabendo como o
suicídio de sua mãe pode ser o principal motivo da sua personalidade
danificada, sem falar na ex-esposa psicopata (que também é a sua
principal concorrente), ou no filho sexualmente confuso, ou na tensão
sexual com sua colega de trabalho… Existe muito pano na manga para
explorar a flexibilidade moral de Marty Kaan.
Resumindo: eu esperava um pouco mais de
House of Lies, mas pretendo continuar acompanhando. A trama é boa, o
elenco é ótimo e a série tem tudo para ser bem sucedida. Só espero que
Kristen Bell tenha mais destaque no futuro.
Enquanto isso vamos acompanhando as
histórias de como os ricos ficam mais ricos, afinal, alguém precisa
defender o “pobre” 1%.
Fonte.
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